O chuveiro elétrico foi popularizado no Brasil na década de 30 e está presente na maior parte das casas brasileiras. De acordo com a Eletrobrás, cerca de 80% dos domicílios utilizam a energia elétrica como fonte de aquecimento de água para banho no Brasil.
A tese de mestrado do engenheiro Obed Alexander Córdova Lobatón, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, avaliou a viabilidade econômica do sistema de bombas de calor para substituir o chuveiro elétrico em prédios – locais em que a falta de espaço torna inviável a aplicação de energia solar para abastecer todos os moradores.
Desenvolvido com base em metodologia computacional, o sistema, que já é usado em geladeiras, freezers e aparelhos de ar condicionados, apresentou ótima eficiência energética, que permite aquecer a água pela metade do custo de um chuveiro elétrico. Enquanto o novo sistema gasta 0,145R$/kWh (reais/quilowatt hora), o elétrico chega a gastar 0,32R$/kWh.
Outras duas pesquisas, feitas por alunos da graduação, complementaram o trabalho de Lobatón. A primeira, de Bruno Fagundes Flora, conclui que o sistema consome cerca de quatro vezes menos energia do que o chuveiro elétrico. A segunda, de Luís Sérgio Wilke Mühlen, detalhou dois componentes fundamentais da bomba de calor, o evaporador e o condensador (trocadores de calor).
Dessa forma, foi possível fazer uma análise térmica e econômica que permitiu reduzir custos de investimento e de operação com o desenho e dimensionamento de cada um dos trocadores. “A novidade foi tornar o projeto viável não somente tecnicamente, mas também economicamente, para enfrentar o problema da popularização da bomba de calor”, comentou o professor da Unicamp José Ricardo Figueiredo, orientador da dissertação.
Texto Original de Lydia Cintra, Super Interessante, Pesquisa da Unicamp desenvolve sistema que pode substituir chuveiro elétrico