O documentário performático registra a ação de 8 amigos tendo uma tarde divertida no leito do Rio Pinheiros, com direito a Pique-nique, discussões e pescaria.
O Documentário Pescaria de Merda registra de maneira irônica a tentativa de interação de um grupo de pessoas com o rio Pinheiros poluído na cidade de São Paulo.
Prosaico e “cartunesco” são adjetivos que fazem coro junto a essa proposta. Expressos principalmente nas vestimentas e nos adereços destes pescadores do presente. Que trajam roupas de lona contra resíduos tóxicos e estão armados com uma vara de pesca e uma intenção que mira inevitavelmente o lixo.
O rio em questão é o Pinheiros, que há 50 anos vive o dilema de veia de água doce ou esgoto arquitetônico natural, fruto do projeto de “cidade desenvolvida”.
Tal dilema já era premeditado no nome de batismo, Jurubatuba que se percorremos até a nascente etimológica desta palavra encontramos expressa a sabedoria Tupi: “lugar com muitos jerivás ou pardo e sujo”.
Já falamos da margem prosaica deste trabalho, mas como todo rio tem no mínimo duas margens (três no caso de Guimarães Rosa) também vamos abordar os versos que margeiam esta empreitada, guiados pela câmera que navega em prosa e em verso. O rio assim como outros elementares da natureza sempre foi objeto inspirador para poetas, de Chico Science à Herman Hesse. E embora o velho Jurubatuba esteja bucolicamente degradado ainda surpreende nas entrelinhas mundanas.
Seja no despertar de Sidarta ou na andada do caranguejo o rio sempre traz no seu cheiro, nas suas correntes e no seu resplandecer um grande aprendizado.
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