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Rios Invisíveis, Mapeamento Colaborativo dos Rios de São Paulo

Este projeto de mapeamento de rios da cidade de São Paulo iniciou-se em maio de 2014, durante o EcoHack World. O evento, realizado concomitantemente com outras três cidades (Nova York, São Francisco e Madri), juntou pessoas interessadas em entender melhor os temas relacionados ao meio ambiente e dispostas a trabalhar em grupo em torno de ideias inovadoras que resultassem na criação de visualização de dados, mapeamentos, construção de banco de dados etc.

A ideia que apresentamos foi a de um mapeamento dos rios de São Paulo, que foi realizado, através do uso das ferramentas digitais Mapbox e Mapas Coletivos, com dados disponibilizados pelo Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais no Município de São Paulo (PMAPSP).

A divulgação do mapa nas redes sociais teve uma boa aceitação e divulgação, o que nos motivou a continuar o projeto. Após muitas conversas e planejamentos, decidimos por transformar o mapa em um mapa colaborativo – já que sabemos que a realidade dos rios visíveis da cidade infelizmente não é essa que vemos na tela. Assim, além da visualização dos dados brutos, que mostraria o passado de São Paulo, o mapa daria espaço aos relatos de cidadãos que conhecem o próprio bairro e tem suas próprias memórias relacionadas a esses cursos d’água, muitos deles escondidos. Dessa maneira, possibilitamos que as narrativas ocorram em primeira pessoa, para que os leitores (agora autores) se conscientizem da importância dos rios para São Paulo e passem a revelar uma perspectiva presente dessa paisagem.

Neste contraste entre o que vemos e o que existe, ainda que invisível, se encontra um novo olhar para a cidade. Convidamos vocês a encontrá-lo.

Acesse o site http://www.riosdesaopaulo.org/

Pescaria de Merda, Documentário Gravado no Rio Pinheiros

O documentário performático registra a ação de 8 amigos tendo uma tarde divertida no leito do Rio Pinheiros, com direito a Pique-nique, discussões e pescaria.

O Documentário Pescaria de Merda registra de maneira irônica a tentativa de interação de um grupo de pessoas com o rio Pinheiros poluído na cidade de São Paulo.

Prosaico e “cartunesco” são adjetivos que fazem coro junto a essa proposta. Expressos principalmente nas vestimentas e nos adereços destes pescadores do presente. Que trajam roupas de lona contra resíduos tóxicos e estão armados com uma vara de pesca e uma intenção que mira inevitavelmente o lixo.

O rio em questão é o Pinheiros, que há 50 anos vive o dilema de veia de água doce ou esgoto arquitetônico natural, fruto do projeto de “cidade desenvolvida”.

Tal dilema já era premeditado no nome de batismo, Jurubatuba que se percorremos até a nascente etimológica desta palavra encontramos expressa a sabedoria Tupi: “lugar com muitos jerivás ou pardo e sujo”.

Já falamos da margem prosaica deste trabalho, mas como todo rio tem no mínimo duas margens (três no caso de Guimarães Rosa) também vamos abordar os versos que margeiam esta empreitada, guiados pela câmera que navega em prosa e em verso. O rio assim como outros elementares da natureza sempre foi objeto inspirador para poetas, de Chico Science à Herman Hesse. E embora o velho Jurubatuba esteja bucolicamente degradado ainda surpreende nas entrelinhas mundanas.

Seja no despertar de Sidarta ou na andada do caranguejo o rio sempre traz no seu cheiro, nas suas correntes e no seu resplandecer um grande aprendizado.

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